Muitos produtores são tradicionalistas e seguem técnicas que aprenderam com gerações passadas.
29 de Setembro de 2015 | Publicada as: 09h13 |
“Cerca de 80% dos produtores de feijão plantam um grão que ele mesmo colheu como se fosse semente”, informa Márcio Cota, gerente adjunto de produto da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), da unidade responsável pela produção e comercialização das cultivares.
Para ele, existe uma ideia de que seja mais barato fazer isso do que adquirir sementes certificadas e legalizadas. Contudo, Márcio pontua que agindo assim se perde em produtividade e qualidade do produto final.
“A semente tem diferentes categorias. A primeira delas é o que chamamos de semente genética. A partir dela, de acordo com a legislação, podemos plantar, colher, replantar até, aproximadamente, a quinta geração. A primeira e a segunda geração são certificadas. As outras são legalizadas, mas não ganham certificação”.
Ele esclarece que, conforme vai se plantando e reservando a semente, perde-se as características genéticas, o que interfere na qualidade e produtividade. “Para ser aprovada como semente certificada, ela tem que passar por padrões de qualidade e seguir procedimentos normatizados pelo Ministério da Agricultura. Por isso é diferenciada. Essa certificação precisa ser feita por um certificador credenciado no ministério. Pode haver produtor credenciado para fazer a própria certificação, que é o caso da Embrapa”, relata Márcio.
“Também existe o fator cultural que influencia nesses casos. Muitos produtores são tradicionalistas e seguem técnicas que aprenderam com gerações passadas. Mas é preciso lembrar que o custo com sementes é o menor de todos os outros custos de produção e vale a pena investir. Racionalmente não justiça deixar de usar uma semente certificada ou legalizada”, conclui. As sementes legalizadas são produzidas em campos reconhecidos pelo ministério.
Fonte: http://www.bolsinha.com.br