Com isso, a projeção da própria Conab é que a necessidade de importação de arroz neste ciclo atinja 1 milhão de toneladas, quase o dobro das 550 mil toneladas de 2014/15.
02 de Fevereiro de 2016 | Publicada as: 09h31 |
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, sinalizou ontem que o governo vem estudando linhas de crédito para importação de alimentos, como arroz e feijão, cujas produções vêm sofrendo com excesso de chuvas na região Sul do país. Em sua conta no microblog Twitter, ela ainda afirmou que está sendo feito um diagnóstico dessas perdas. “Estamos trabalhando crédito para importação. Assim estimulamos o setor privado a importar”, disse Kátia Abreu. “Importar quantias apenas para abastecimento sem prejudicar a produção interna. Usaremos o bom senso e pragmatismo”, acrescentou.
O Valor apurou que esses financiamentos poderiam ser concedidos por bancos públicos e privados por meio de linhas de crédito já existentes a taxas de juros de mercado que não contam com apoio do governo. Na atual conjuntura, esse crédito para importação atenderia, num primeiro momento, mais a indústria beneficiadora de arroz, na avaliação preliminar do ministério. Por enquanto, a Conab estima que a safra nacional 2015/16 de arroz sofra uma redução de 850 mil toneladas, provocada em grande parte pelas perdas no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão.
Com isso, a projeção da própria Conab é que a necessidade de importação de arroz neste ciclo atinja 1 milhão de toneladas, quase o dobro das 550 mil toneladas de 2014/15. Kátia Abreu também comentou, no Twitter, que o crédito rural poderia estimular o aumento de oferta de verduras e legumes “para evitar perdas de produtos e a consequente alta de preços”. Algumas frutas e hortaliças, como tomate, cebola e batata, vêm exercendo um grande pressão inflacionária nos últimos meses. Essa medida, porém, ficaria para o próximo Plano Safra, 2016/17.
A preocupação da ministra surge em um momento em que o prato típico mais famoso do brasileiro já está mais caro e tende a subir ainda mais. No caso do feijão, a escassez fez com que, só em janeiro, o preço ao produtor subisse 30%, mesmo com a colheita ainda em finalização no Paraná, maior produtor nacional. Nos supermercados, o repasse neste mês já chegou a 20%.
Fonte:VALOR ECONÔMICO